Você já passou ou está passando por algum tipo de relação abusiva? Não sabe? Então, vamos conversar um pouquinho sobre isso. Em algum momento da vida, pessoas podem ter passado por um relacionamento abusivo, sem nem ter percebido que esta situação ocorreu em suas vidas.
Alguns tipos de relações abusivas são visíveis, porém outras são sutis e vão além das relações de afeto entre parceiros, podendo ocorrer entre familiares, amizades, no trabalho, ou na relação entre alguns profissionais – como terapeutas, advogados.
Por qual motivo é difícil identificar esse tipo de relação?
Nem sempre quem está em uma relação abusiva consegue identificá-la e sair dela facilmente. Abusadores podem fazer com que as vítimas se sintam culpadas, envergonhadas ou chegar a usar um certo cinismo para que a vítima sinta que está exagerando na sua postura, ao tentar sair da conexão.
A toxidade pode assumir várias formas, incluindo abuso emocional, verbal, financeiro, ou ocorrer abuso físico e sexual, ou ainda o mistreatment – metáfora utilizada para comentar os vários tipos de agressões.
“(…) toda violência é uma agressão, mas muitos casos de agressão não são violentos” – Juliana Mendonça & Cia
Como identificar um relacionamento abusivo?
É possível começar a identificar uma relação abusiva, quando:
- Há humilhação privada ou publicamente;
- Receber mais críticas, intimidações, ameaças que elogios;
- Sentir que o abusador afeta a autoestima e o autovalor;
- Observar uma linguagem corporal e olhares mais rígidos;
- Perceber agressividade verbal ou física ao não corresponder expectativas;
- Ser incentivado a permanecer em uma dependência financeira ou sentir intimidação para emprestar dinheiro a alguém;
- Forçar uma pessoa a ter relações sexuais ou fazer insinuações, sem consentimento.
Leia também: A Ditadura do Discurso Motivacional
Dando tchau à toxidade
É importante entender que relacionamento abusivo não é culpa da vítima. Se você está vivendo algum tipo de relação tóxica, seja no ambiente profissional, no afeto, nas amizades ou na família, é importante procurar ajuda para dar um tchau definitivo à situação para sua segurança e bem-estar.
Confira algumas dicas para ajudá-lo a sair de um relacionamento abusivo:
- Identifique o tipo de relação e busque uma rede que te apoie:
O afeto é essencial. Ter pessoas que você pode confiar e pedir ajuda será importante ao seu momento. Converse com pessoas de sua confiança sobre o que está acontecendo.
- Procure por um profissional:
Hoje, há várias alternativas para ampliar a rede de apoio. Então, não precisa enfrentar essa barra sozinho. Procure a ajuda de profissionais de saúde mental, como terapeutas ou grupos de apoio gratuitos on-line, caso não tenha condições financeiras para realizar um tratamento.
- Crie um planejamento de segurança:
Planeje com antecedência alternativas para sair da relação abusiva com segurança. Considere onde pode ficar, quanto tem de recursos financeiros e como pode se proteger de ameaças, caso aconteçam, lembre-se que a sua integridade física também é fundamental.
- Guarde seus documentos em local seguro:
Mantenha um registro das mensagens, incluindo datas, horários, descrições e fotografias, se possível. Documentos podem ser úteis, se precisar de um auxílio jurídico.
- Bloqueie contatos:
Assim que identificar um relacionamento abusivo, bloqueie o contato com o abusador – número de WhatsApp, redes sociais e outras coisas que considerar relevantes, como contatos em comum com o abusador que não apoiem sua decisão.
- Pegue leve com você:
Sair de um relacionamento abusivo pode ser uma caminhada desafiadora, então pegue leve com você, entenda que está em um processo e que com o tempo, poderá lidar com as marcas da relação abusiva de uma outra forma, e quem sabe, um dia inspirar outras pessoas.
Aos poucos, é possível adquirir novas posturas para construir relações saudáveis, que façam você sentir que a vida ainda pode valer a pena. – Kelly Christi
*mulheres vítimas de violência doméstica: ligue 180.
K.C
Curtiu o texto? Você pode encontrar outros tipos de textos, reflexões sobre estilo de vida no IG ou no Facebook, vai ser bom te ver por lá!
Fontes: Drauzio Varella | Congresso Brasileiro de Estudos Organizacionais