Ele é o queridinho do momento. Lives, canais no Youtube e notícias destacam até que ponto, o ChatGPT – um modelo de Inteligência Artificial (IA), criado pelo Open AI – pode auxiliar pessoas e ser o temor de algumas profissões, entre elas a minha.
Li notícias questionando se estes tipos de programas seriam o fim da vida dos escritores, jornalistas e pessoas que trabalham com conteúdo de uma forma geral, ou até mesmo de outras profissões, como programadores.
Mas, o que não podemos esquecer é que o ChatGPT é um modelo tecnológico, então será que a IA tem poder para isso? Ele seria uma espécie de “novo Deus”?
O que é o ChatGPT?
ChatGPT é um modelo de Inteligência Artificial, criado pelo OpenAI, que facilita técnicas de aprendizagem, por linguagem natural, permitindo respostas precisas, mais completas, fluentes e em diversas línguas.
A ideia é que o programa facilite a comunicação digital, em contextos diferentes – como assistência virtual, chatbots e atendimento ao cliente.
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As pessoas procuram por respostas rápidas e obedientes
No mundo acelerado em que vivemos, é comum que as pessoas procurem por respostas rápidas e acreditem que aquilo vai resolver o problema delas. Aparenta ser a doença do século. Repare que isto acontece em tudo, na forma como lidamos com dinheiro, no jeito de consumir conteúdo, sobre como a gente utiliza apps para conhecer pessoas, na facilidade em como é fácil se irritar pelo fato de alguém não ter respondindo rápido no WhatsApp, entre outras coisas.
O modelo facilita, sim, no auxílio de inspirações e curiosidades. Você digita uma frase e ele faz uma espécie de “me obedeça”. Se você parar para pensar, o ser humano tem uma atração por isso, porque as pessoas não vão nos dar as respostas da forma que queremos e de um jeito rápido e obediente, como a IA. – Kelly Christi
A falta de respostas tende a nos deixar irritados, contrariados também. E quem nunca foi cortado, cancelado ou ignorado por criar um post ou pensar de um jeito diferente? Pois é, com um programa, isto não é possível acontecer.
Ideias, pensamento crítico, jeitos de interpretar uma coisa, ainda não podem ser substituídos pela IA e este é o grande desafio: ser um pós-humano, usufruindo de possibilidades tecnológicas, em um mundo onde não é fácil realizar multitarefas e ter muita paciência para as pessoas, necessitando do convívio com elas.
A Era do Pós-humano
A especialista em cultura digital, Lucia Santaella, utiliza o termo pós-humano há alguns anos para comentar a junção entre o ser humano e a tecnologia.
A autora vê esta transformação com equilíbrio, o pós-humano nada mais é que uma forma do ser humano transcender suas limitações e expandir a novas possibilidades tecnológicas, uma espécie de ser híbrido, que mescla elementos biológicos e as ferramentas tecnológicas para criar novas formas de sobrevivência.
O fenômeno “pós-humano” pode ser visto como uma evolução natural da espécie humana. As ferramentas tecnológicas sempre fizeram parte da evolução histórica e têm sido usadas para superar limitações humanas, ampliar capacidades cognitivas, físicas e sociais. Sempre foi assim, há algumas décadas, por exemplo, a datilografia era algo necessário para escrever livros, as pessoas erravam algumas palavras e escreviam tudo novamente, hoje não mais. Virou um acessório cult.
O ChatGPT é resultado da evolução tecnólogica, e com ela pode pode ser, sim, que a gente chegue a ter ferramentas bem mais avançadas que esta, como já dito. No entanto, a “Era do Pós- Humano” também causa consequências desafiadoras como ameaça à privacidade, liberdade, autonomia e desigualdade social a quem não tem acesso à internet, ainda.
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Nem tudo são algorítimos e IA…
Essa necessidade de urgência contínua, misturada com um pouco de desejo de obediência às nossas vontades, fazem com que programas e plataformas se tornem promessas ou exclusões de algo.
No caso do ChatGPT, a facilidade é feita com dados de até 2021. Após este período, o modelo não consegue trazer respostas às novidades, nos obedecer e sanar curiosidades.
ChatGPT é sim interessante e como IA cumpre o papel de auxiliar pessoas, mas os rumores de que o modelo é pavoroso ou que certas profissões vão acabar por causa dele, aparenta ser mais uma tentativa contemporânea de causar medo e de um Deus que traga respostas prontas para perguntas banais ou que ainda desconhecemos. – Kelly Christi
K.C
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Fontes: CPFL – Lucia Santaella | Revista USP| Época Negócios