Se você tem gatos em casa, entenda como protegê-los da doença causada por fungo que teve um surto no Brasil
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Os bichanos acabaram se tornando notícia esta semana, devido a um surto de uma doença chamada esporotricose, uma micose causada pelo fungo Sporothrix brasiliensis que entra em contato com a pele, vai para organismo, causando feridas no corpo.
Conforme informações da coordenação do Comitê de Micologia da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), publicadas na Folha de S. Paulo, o surto da Sporothrix brasiliensis é diferente do fungo Sporothrix schenckii, que também causa esporotricose em diferentes países da América Latina e em trabalhadores rurais.
Ainda de acordo com a SBI, o surto atual causado pelo fungo Sporothrix brasiliensis é transmitido por gatos infectados que podem transmitir a doença para humanos e cães. Mas, afinal o que é verdade, mito e como proteger os bichanos desta doença?
Confira 6 mitos e verdades sobre a doença e a relação com os felinos:
Gatos são os causadores da doença
Mito. É preciso tomar cuidado com alguns termos, inclusive para evitar o preconceito com os bichanos. Eles não são causadores da esporotricose, mas como foi informado no começo do artigo podem ser transmissores, quando tiverem contato com o fungo Sporothrix brasiliensis, por meio de materiais encontrados na natureza ou na rua – como plantas e terra, ou ainda pelo contato com outros gatos infectados. O fungo entra no organismo e nas garras dos bichanos fazendo com que eles transmitam aos humanos e cães.
Gatos de rua e semi-domiciliados correm mais riscos de ter a doença
Verdade. Infelizmente gatos de rua são mais propensos a terem e transmitirem a doença, por estarem expostos a todo tipo de materiais e a outros gatos. O mesmo vale para animais semi-domiciliados ou aqueles em que os donos deixam dar uma voltinha, de vez em quando.
Quem tem o hábito de deixar os felinos expostos à rua, mesmo que por pouco tempo, é importante repensar o hábito para evitar doenças. Nestes casos, castrar os gatos pode auxiliar na prevenção da doença, pois ao ficarem menos ansiosos, eles têm menos vontade de saírem para a rua.
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Os sintomas podem ser confundidos com ferimentos comuns e alopecia
Verdade. Os ferimentos podem ser confundidos com feridas ocasionadas por brigas com outros animais, sendo um dos principais sintomas da doença nos gatos. Os felinos também podem ter ferimentos em qualquer parte do corpo, sobretudo nas orelhas e patas, ou ainda apresentarem partes do corpo sem pelos – alopecia.
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Bichanos com esporotricose devem ser doados
Mito. Gatos que estiverem com a doença não devem ser doados, tampouco abandonados. Há tratamento para doença e caso existam sintomas o dono deve pegar o bichano com luvas, isolá-lo de outras pessoas e crianças, ter os locais da casa limpos diariamente e realizar o tratamento adequado com um médico veterinário.
Ainda segundo o Ministério da Saúde, em caso de óbito, o hospital ou clínica veterinária deverá encaminhar o corpo do animal para incineração.
A doença é fatal para gatos e não para humanos
Verdade, pois o fungo pode se espalhar rapidamente no corpo dos gatos e gerar problemas de saúde graves como nos sistemas respiratório e linfático, e também nos olhos, portanto é importante que os bichanos contem com o tratamento adequado o quanto antes.
Humanos não precisam tratar a doença
Mito. O fato da doença não ser fatal para humanos saudáveis não significa que não exista a necessidade de tratamento. Conforme informaçoes do Ministério da Saúde, os sintomas dependem do sistema imunológico de cada pessoa, sendo que pessoas com o sistema imunológico mais sensível podem apresentar problemas mais graves. A doença pode se apresentar como esporotricose cutânea, linfocutânea, extracutânea ou disseminada – sendo esta a mais comprometedora para os órgãos.
Então, há pessoas que podem ter apenas um ferimento parecido com picada de inseto que pode desaparecer espontaneamente, e há outras que podem apresentar sintomas mais graves como feridas que não cicatrizam facilmente ou terem órgãos e pulmões afetados.
Portanto em suspeita de esporotricose é importante buscar atendimento médico para obter o diagnóstico adequado. O tratamento pode variar de três meses a um ano e o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente os medicamentos indicados.
K.C
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Fontes: Folha de S. Paulo | Viva Bem | Ministério da Saúde