Entenda o segredo dos relacionamentos saudáveis e o que a ciência diz sobre felicidade, relacionamentos e estar sozinho
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Nesta última semana foi comemorado o Dia dos Solteiros, na China. A data acolhe as pessoas solteiras no país desde 1993, quando os estudantes da Universidade de Nanquim organizaram um evento propositalmente em 11/11 (em quatro sequências de uns) para celebrarem a “solterice”.
O dia não ficou só no entretenimento e se tornou um business na China e em vários lugares como o Brasil, sendo uma espécie de “esquenta” para aquecer as vendas na Black Friday ao público solteiro que ganha oportunidades de descontos para presentear a si mesmo.
Independente do business, a época é interessante para pensar naquela música Wave, do Tom Jobim, que diz “fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho”. Será mesmo que a felicidade está atrelada a se relacionar com outra pessoa e estar só causa incompletude?
Wave: a felicidade a dois
Um dos estudos mais antigos sobre felicidade, criado na Universidade de Havard, desde 1938 à atualidade, aponta que pessoas que têm relacionamentos saudáveis são mais felizes e vivem por mais tempo.
Isto é uma regra? Não, nem sempre. De acordo com pesquisadores que realizaram o estudo com 724 pessoas em várias fases de suas vidas, a possibilidade de uma pessoa se sentir feliz também é um fator genético.
No entanto, a felicidade para boa parte das pessoas está nas boas escolhas que fazem, entre elas, a de nutrir conexões saudáveis, incluindo os relacionamentos afetivos. Segundo Dr. Robert Waldinger, diretor do projeto, pessoas em relacionamentos felizes tendem a ter menos doenças como diabetes.
Para Waldinger, a solidão é tão prejudicial quanto algumas doenças como alcoolismo. Conforme informações publicadas no Estado de S. Paulo, países como o Reino Unido já olham para esta questão há alguns anos, tanto que criaram o Ministério da Solidão, onde pensam medidas para combater uma tendência à solidão que, infelizmente, é mundial e que pode desencadear em problemas graves como baixa autoestima e levar pessoas a tirarem a própria vida.
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Como criar bons relacionamentos?
Em artigo para a CNBC- Make It, Dr. Robert Waldinger compartilha junto ao colunista Marc Schulz, sete pilares para pensar as relações e torná-las mais saudáveis, o que chamam de “aptidão social”. Afinal, os seus relacionamentos oferecem:
- Segurança e proteção?
- Bons aprendizados e crescimento?
- Confiança e proximidade?
- A descoberta do melhor de si e boas experiências?
- Intimidade romântica e satisfação?
- Ajuda do parceiro(a)?
- Possibilidade de relaxar e ter momentos bons?
O cientista também compartilha alguns dos segredos de uma boa vida em sua palestra para a Ted, confira:
Sem Wave: o mundo das pessoas sozinhas é mais solitário?
Depende. No mesmo estudo, os pesquisadores também trazem a reflexão da possibilidade de deixar ir situações que não fazem mais sentido, ou seja: deixar o passado ou estar solteiro não são as piores coisas que pode acontecer com alguém, muitas vezes estas fases trazem a oportunidade de fazer outras coisas interessantes e que foram esquecidas, então o processo não precisa ser solitário.
Dr. Waldinger também aponta que na medida em que as pessoas envelhecem, elas tendem a se preocupar com o que é mais importante para elas mesmas e o que mais as fazem felizes no momento presente. Então, vale perguntar:
- Que atividades me deixava mais felizes quando criança?
- O que me impede de praticar?
- Como posso fazer disso um hobbie?
Ao criar um novo hobbie por si mesmo, a possibilidade de conhecer outras pessoas também tendem a aparecer, sem ansiedade.
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Aprender a olhar para as fases com respeito
Se viver viver totalmente sozinho pode gerar problemas, mas a dependência emocional daquilo que não faz bem também não é interessante, talvez o caminho seja aprender a se entender e a respeitar as fases da vida com respeito, seja ficar sozinho por um tempo, seja estar com alguém, afinal:
Cair na armadilha que felicidade só é possível com outra pessoa também faz a gente ficar dependente dos outros pra se sentir bem, o que é um perigo porque todos estão sujeitos a não corresponder expectativas. – Kelly Christi
K.C
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Fontes: The Harvard Gazette | Superinteressante | Época Negócios